A delegação da Adufes marcou presença no 68º Conad do Andes-SN, realizado de 11 a 13 de julho, sediado pela Adua, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus. O evento teve como tema central “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”, reunindo mais de 300 docentes de todo o país e com organização da Associação dos Docentes da Ufam (Adua).
As atividades começaram na sexta-feira, 11, com a Plenária de Abertura e a posse da nova diretoria do Andes-SN para o biênio 2025-2027. No mesmo dia, houve a divisão das/dos participantes em oito grupos mistos para debater os temas 2 (Atualização dos Planos de Lutas dos Setores e Plano Geral de Lutas) e 3 (Questões Organizativas e Financeiras).
No sábado, 12, os debates dos grupos continuaram durante todo o dia. À noite, docentes da base da Adufes participaram da plenária que tratou de temas remanescentes do 43º Congresso do Andes-SN, realizado na Ufes, em Vitória, e que foi organizado pela Adufes. Entraram em pauta assuntos como a luta contra o genocídio na Palestina, a campanha contra o Funpresp e a defesa do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Uemg sob ataque, lista tríplice e ponto EBTT
O domingo, 13, último dia do 68º Conad, foi marcado por temas impactantes e manifestações. Pela manhã, foi aprovada a suspensão dos debates sobre os temas remanescentes do 43º Congresso, dando prioridade à análise do Tema 2 e as deliberações realizadas nos grupos mistos.
Entre os assuntos discutidos pela manhã, destacaram-se a cobrança pelo cumprimento do acordo de greve em relação ao fim do controle de frequência de docentes EBTT (mudança no Decreto 1.590/95 para que haja isonomia em relação à carreira do magistério superior); a resistência à venda/privatização da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), atacada pelo governador Romeu Zema (Novo); e o fim da lista tríplice na escolha de reitoras e reitores nas universidades federais.
No debate sobre o Decreto 1.590/1995, a delegada da Adufes, Fernanda Binatti, fez a defesa da manutenção do texto original sobre as mobilizações cobrando a alteração do Decreto 1.590/95. O seu entendimento venceu por ampla maioria.
Apoio ao plebiscito sobre taxação de super-ricos e isenção de IR
Na tarde do domingo, 13, a Plenária do Tema 3 aprovou a prestação de contas do 43º Congresso e o orçamento de 2026. Com o retorno à análise do Tema 2, pautas como o apoio à realização de novas eleições na Aduems, diante de denúncias de atos antissindicais por parte da própria diretoria da Seção, foram debatidas e aprovadas.
As/Os delegadas/os também decidiram que o Andes-SN deve integrar o plebiscito popular organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que defende pautas como o fim da escala 6×1, a taxação dos super-ricos e a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. A consulta foi destacada como uma ferramenta estratégica de mobilização popular em torno de temas que dialogam com a realidade concreta da classe trabalhadora.
Reenquadramento da carreira para aposentadas/os e fim da contribuição
O integrante da delegação da Adufes Ricardo Behr fez uma proposta sobre o reenquadramento de aposentadas/os e o fim da contribuição previdenciária na reunião de discussão do caderno de textos na Adufes, realizada antes da delegação embarcar para Manaus. Ela foi levada aos grupos mistos, discutida e aprovada. Na Plenária, a mesma proposta foi aprovada pela maioria das/dos delegadas/os e incorporada no plano de lutas do setor das Ifes.
Experiência essencial
O integrante da delegação da Adufes Marcos Vinícius Ferreira dos Santos participou pela primeira vez de um evento do Andes-SN. Ele ressaltou que foi um momento essencial em sua trajetória no movimento docente. Marcos acompanhou de perto a construção do plano de lutas do Andes-SN, o que reforçou sua convicção sobre a importância da mobilização de base na organização de ações concretas diante do cenário adverso de desmonte da educação pública no Brasil, como demonstra o caso da Uemg. O docente destacou que apenas a atuação articulada a partir da base pode enfrentar esse contexto.
Ato contra o racismo institucional e sorteio de cotistas
Também no domingo, 13, antes da plenária da tarde, o Coletivo de Negras e Negros do Andes-SN promoveu uma manifestação contra o racismo institucional nas universidades. Casos recentes foram apresentados à plenária, com pedidos de apoio e ações concretas de enfrentamento ao racismo nas instituições de ensino superior, além da leitura de uma carta explicitando as pautas. Houve uma defesa veemente da luta contra os sorteios para seleção de cotistas para políticas afirmativas abrangendo as cotas raciais.
Na atualização do Plano de Lutas de Política de Classe para as Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual foi destacada, entre outras resoluções, a importância de que o Andes-SN se posicione firmemente contrário e articule ações para a eliminação do mecanismo de sorteio na seleção de cotistas para políticas afirmativas, abrangendo as cotas raciais para pessoas negras, quilombolas, indígenas, para Pessoas com Deficiência (PcD), e para pessoas trans, nos concursos públicos e processos seletivos simplificados.
O Andes-SN defenderá a utilização exclusiva de critérios classificatórios por mérito e qualificação; de maneira a garantir que as políticas de cotas cumpram seu papel de justiça reparatória e de acesso qualificado.
Ato contra o PL da Devastação Ambiental
Ainda no domingo, mas pela manhã, as/os participantes realizaram um ato contra o Projeto de Lei 2159/21 — conhecido como PL da Devastação. Com palavras de ordem como “Floresta de Pé, Fascista no Chão”, a manifestação denunciou os retrocessos ambientais previstos na proposta, que já passou pelo Senado e pode ser votada a qualquer momento na Câmara dos Deputados.
No mesmo dia, em consonância com o tema do 68º Conad, o Plano de Lutas foi atualizado para reforçar o enfrentamento ao PL 2159/21, que flexibiliza o licenciamento ambiental, e para denunciar a atuação de milícias rurais contra povos originários e comunidades tradicionais, além de apoiar as vítimas dessas ações.
Moções
Durante a Plenária de Encerramento, que teve início às 23 horas do domingo, 13, foi feita a leitura das moções apresentadas durante o 68º Conad. No total, a plenária aprovou 18 moções propostas pela diretoria do Sindicato Nacional, por seções sindicais e por docentes da base.
Entre vários temas abordados nos textos, houve manifestações de repúdio ao ataques e ao tarifaço do Governo Trump (EUA) ao Brasil e às políticas econômicas regressivas; à aprovação, pelo Senado Federal, do Projeto de Lei nº 2159/21, conhecido como “PL da Devastação”, que desestrutura o sistema de licenciamento ambiental brasileiro; à Instrução Normativa nº 261/2025, que impõe sorteio em ações afirmativas étnico-raciais; à participação da Petrobras no genocídio do povo palestino, conforme denúncia da ONU; e à pulverização de agrotóxicos por drones no Ceará; entre outras pautas.
Carta de Manaus
Na mesma plenária, foi feita a apresentação da Carta de Manaus, lida por Fernanda Maria Vieira, secretária-geral do Sindicato Nacional. O documento sintetiza os debates e deliberações do evento. A carta ressaltou o simbolismo do encontro, que marcou a posse da nova diretoria para o biênio 2025-2027, presidida por Cláudio Mendonça, primeiro presidente negro, vindo da periferia maranhense .“Exu sorriu, Dandara dançou e Zumbi celebrou! Quilombo presente!”, citou a diretora, exaltando a diversidade e a resistência frente às ofensivas do capital, do conservadorismo e das políticas de extermínio.
Entre os principais temas abordados na carta estão a defesa da soberania nacional, os ataques aos povos indígenas e ao meio ambiente, o repúdio ao genocídio na Palestina e a denúncia do racismo institucional. A carta também criticou a tentativa de fragilização da política de cotas em concursos públicos, com a proposta de sorteio de vagas.
Durante a plenária final, o presidente Cláudio Mendonça agradeceu à gestão anterior e defendeu a construção de novas conquistas com “paciência, fraternidade e luta”. Em sua fala, leu um poema autoral escrito em 2018, que abordava a angústia e a esperança frente à eleição de Jair Bolsonaro, exaltando a memória de lutadoras e lutadores como Margarida Alves e Marielle Franco. A mesa de encerramento contou com membros da diretoria e de regionais do Andes-SN, além da presidenta da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), Ana Lúcia Silva Gomes.
Números
O evento reuniu cerca de 350 pessoas, incluindo docentes, trabalhadores e trabalhadoras do Andes-SN e seções sindicais, convidadas e convidados, entre outros. Estiveram na Ufam 80 delegadas/os, 194 observadoras/es, representando 83 seções sindicais de todo o país, além de 34 membros da diretoria do Andes-SN.
São Luís do Maranhão
O 69º Conad já tem sede aprovada para 2026 e acontecerá em São Luís do Maranhão. O evento será organizado pela Associação dos Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma).
Delegação
A delegação da Adufes foi composta por Fernanda de Araújo Binatti Chiote (delegada) e pelos/as observadores/as Bernardete Gomes Mian, Iguatemi Santos Rangel, Jacyara Silva de Paiva, Jeffa Moreira Santana, João Porto, Lívia de Cássia Godoi Moraes, Marcos Vinícius Ferreira dos Santos, Priscila Monteiro Chaves, Rafael Bellan Rodrigues de Souza, Ricardo Roberto Behr e Viviana Mônica Vermes.
Confira as avaliações das/dos delegadas/os sobre o 68º Conad:
Fernanda de Araújo Binatti Chiote (delegada)
“O 68º Conad, sediado pela Adua, e realizado na Universidade Federal do Amazonas, debateu temas para atualização do Plano de Lutas do Andes-SN. Destaco a luta contra a privatização da Uemg; o cumprimento da lei de cotas e rechaço aos mecanismos de sorteio; e a redução da jornada de responsáveis de dependentes atípicos, sem impactos nas progressões e promoções. Lamentavelmente ainda temos que nos manter em mobilização para o cumprimento do acordo de greve de 2024, como a alteração do decreto 1.590/1995, para a dispensa do controle de frequência das/dos docentes da carreira EBTT.”
Bernadete Gomes Mian
“Distante das águas do RIO AMAZONAS e em meio a uma bela floresta, lá está a UFAM, instituição que nos recebeu durante o 68º CONAD do ANDES-SN. Fomos presenteados por várias manifestações culturais que expressam o viver daqueles que a habitam. Após esses dias de debates, com significativas deliberações, tenho a destacar o emocionante ATO DO COLETIVO DE NEGROS E NEGRAS e também o significativo ATO do NÃO AO PL DA DEVASTAÇÃO, cuja região sofre inúmeras perdas. Concluindo, reafirmo que a nossa LUTA PERMANENTE estará cada dia mais FORTE.”
Iguatemi Rangel
“O Conad pós greve foi importantíssimo para avaliar os avanços e também fazer um balanço das perdas em relação às reivindicações da categoria. Na minha leitura, o principal ganho foi reconhecer a potência que a greve ainda tem como instrumento político para reivindicações. Outra análise que faço é a necessidade de diminuir a tensão entre as diferentes correntes políticas que atuam no âmbito do Andes-SN em favor de pautas que ultrapassem interesses particulares.”
Jacyara Paiva
“O 68º Conad reafirmou a força da luta coletiva em defesa da educação pública e antirracista. Durante o encontro, o Coletivo de Negras e Negros do Andes-SN realizou um ato com leitura de carta aberta e vídeo. O caso do professor Iguatemi Rangel, vítima de racismo institucional, foi destacado. Sou docente antirracista!”
João Porto
“Muito relevante a experiência cultural e também formativa de base no 68º Conad, o que reforça a importância do fortalecimento dos GTs nas seções. Infelizmente, ainda não temos um GT de Educação Escolar Indígena e, com isso, há muito ainda a ser construído junto aos docentes que, durante anos, vêm encampando essa luta.”
Lívia de Cássia Godoi Moraes
“Uma pauta importante do 68º Conad para a atualização do plano de lutas foi a resistência às propostas privatistas do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), especialmente em MG, onde o governo Zema (Novo) pretende oferecer à União ou vender/privatizar 334 bens imóveis, sendo 51 deles da Uemg, o que pode extinguir a universidade. Outra pauta que requer urgente organização e luta é a retomada da Reforma Administrativa pelo Governo Federal e Congresso Nacional. O magistério público segue em risco. Docentes, precisamos de vocês na luta pela educação pública!”
Marcos Vinícius Ferreira dos Santos
“Participar do 68º Conad foi essencial para minha trajetória no movimento docente. Tive a oportunidade de acompanhar o processo de construção do plano de lutas do Andes-SN, o que me faz acreditar ainda mais na importância da base para a organização de ações concretas diante de uma conjuntura tão adversa de desmonte da educação no Brasil. Só mobilização pela base pode enfrentar esse cenário. A situação da Uemg foi debatida e demonstrou a urgência da organização em defesa da educação pública e de qualidade. É preciso unidade para resistir a este projeto de desmonte, estar no Conad foi essencial para trazer mais acúmulo e energia para a luta!”
Ricardo Roberto Behr
“O 68º Conad atualizou as políticas do Andes-SN. Para docentes aposentadas/os, a proposta que eu apresentei, debatida e aprovada em plenária, reafirmou a necessidade de o Sindicato estar atento a essa categoria de sindicalizadas/os que construíram o Andes-SN. A aprovação significa a intensificação da luta para que as/os aposentadas/os tenham: 1) o reenquadramento na carreira em níveis equivalentes às posições em que foram aposentadas/os; 2) a devolução pelo governo dos recursos confiscados com o pagamento da contribuição previdenciária; 3) interrupção imediata desta contribuição.”
Viviana Monica Vermes
“As/Os docentes reunidos no 68º Conad reiteraram a necessidade e urgência de implementação dos numerosos itens do acordo de greve (avanços bastante modestos) que, passado mais de um ano, ainda não foram cumpridos, como o fim do registro de ponto das/dos professoras/es EBTT. Entre outras questões que também não constituem novidades, mas que mobilizam a base do Andes pela gravidade, está a situação da Uemg e da Unimontes, universidades estaduais de Minas Gerais, em processo acelerado de destruição pelo governo Zema e que demandam e merecem uma sólida mobilização de apoio.”
Diversidade cultural do Amazonas
Durante o 68º Conad, além das plenárias e grupos mistos que atualizaram o Plano de Lutas da categoria, as/os docentes de todo o país puderam ter contato com diversas manifestações artísticas e culturais de grande diversidade e que fazem parte da cultura local. O evento contou com atrações que foram desde a preparação do tacacá para degustação na merenda entre as atividades, até manifestações indígenas, cena hip-hop amazonense, cultura ballroom de Manaus, além da presença ilustre dos bois Garantido e Caprichoso, de Parintins, com suas toadas contagiantes.
Confira algumas das atividades culturais do 68º Conad:
Ritual de Defumação
A primeira atividade do 68º Conad foi o Ritual de defumação, com o indígena Jaime Diakara Dessano. A defumação é uma prática ancestral entre os povos nativos, sendo usada em cerimônias de oração, proteção, purificação e cura. As ervas sagradas são queimadas para produzir fumaça que dispersa as impurezas e inicia o processo para limpar quaisquer sentimentos e pensamentos negativos e afastar maus espíritos. O responsável pelo ritual de defumação foi Jaime Diakara Dessano, pedagogo, mestre em Antropologia Social, doutorando no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS) pela Ufam, escritor de literatura indígena do povo Desâna e palestrante sobre cosmopolítica Desâna.
Grupo Sateré-Mawé “Porating”
Com apresentações desde 2016, o grupo Porating é formado por Yará Sateré-Mawé, na voz, e Iaro, Inara e Natan Sateré-Mawé no tambor, no chocalho e no violão. O objetivo do grupo é levar o canto Sateré, um canto de resistência que também é uma forma de educação e de expressão da cultura do povo, mostrando que mesmo morando na cidade mantêm a cultura Sateré viva! O Porating apresentou as canções “Canto de Boas-vindas (Wuito Ahetor)” e “Farinhada” (Watynum U’i). Composição do grupo: Yará Sateré-Mawé, Iaro Sateré-Mawé, Inara Sateré-Mawé e Natan Sateré-Mawé.
Cateto da Toada
O Cateto da Toada é um grupo de artistas parintinenses que residem em Manaus e tem como objetivo divulgar a cultura local, com foco nas cores vermelho e azul, que representam os bois Caprichoso e Garantido de Parintins, animando os fãs das toadas típicas dos bois-bumbás. O termo “cateto” para se refere à luz da arte nortista, onde cada integrante carrega um dom. O grupo se apresentou na abertura do evento e também na festa oferecida pela Associação dos Docentes da Ufam (Adua) na noite de sábado, 12.
Grupo “Wotchimaücü”
Com atuação desde 2005, o grupo do povo Ticuna “Wotchimaücü” é formado por indígenas do município de Tabatinga (AM). São integrantes Reginaldo Luciano Marcolino, Artemis Cruz Marcolino, Bernardino Alexandre Pereira, Eucilene Ponciano Pereira, Domingos Ricardo Florentino, Marta Nicanor Alfredo e Cleonice da Silva Candido que interpretaram as canções Ticuna “Lamentação”, “Wiwirutcha” (Pássaro Azulão) e “Ritual da Moça Nova”.
W mc
As/Os docentes que participaram do 68º Conad também puderam conhecer um pouco da cultura hip-hop local com Warlisson Nunes, o W MC. Atuante nas batalhas de rimas de Manaus e em disputas nacionais desde 2017, o artista trouxe versos potentes que conectaram a realidade da docência com temas como Palestina, solidariedade e luta.
Casa Konda
Iniciada durante a pandemia, a Casa Konda integra a cena ballroom de Manaus e algumas/alguns de suas/seus integrantes fizeram uma apresentação durante a festa oferecida pela Associação dos Docentes da Ufam (Adua) na noite de sábado, 12. A cultura ballroom é um movimento cultural e político criado por pessoas LGBTQIAP+ negras e latinas, originado em Nova Iorque na década de 1970. As/Os integrantes realizam bailes competitivos, conhecidos como “balls”, e formam “casas”, grupos semelhantes a famílias que oferecem suporte e comunidade. A cultura ballroom também envolve a dança vogue, desfiles e performances, funcionando como espaço de resistência, acolhimento e expressão identitária para corpos dissidentes e marginalizados.
Adufes