Levantamento da Adufes demonstra que proposta atende a uma minoria de menos de 10% da categoria que não tem dedicação exclusiva (DE), prejudicando a ampla maioria (mais de 90% do professorado) que são as/os que trabalham como DE, aumentando a sua sobrecarga de trabalho
Nesta quarta-feira, 27, docentes estiveram reunidas/os na Adufes para debater ações com o objetivo de adiar a apreciação da proposta de resolução substitutiva da 60/1992 no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). As/os professoras/es entendem que o texto proposto trará imensos prejuízos, ao possibilitar rebaixar a carga horária de planejamento de ensino, intensificando ainda mais as jornadas de trabalho.
A medida representa um sério retrocesso e ataque à categoria e amplia o adoecimento e a precarização das condições de trabalho das/os docentes.
A conversa aconteceu entre as/os professoras/es que estiveram na Adufes para a assembleia geral que havia sido convocada, mas que não foi realizada por conta da falta de quórum no horário estabelecido. Na ocasião, a mesa foi composta pela presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, e pela secretária geral Fernanda Binatti. Ana Carolina apresentou uma série de gráficos com dados sobre os regimes de trabalho, que demonstram que a proposta atenderia às necessidades de uma minoria de menos de 10% da categoria que não têm dedicação exclusiva (DE), prejudicando a ampla maioria de mais de 90% do professorado, que são as/os que trabalham como DE.
Até mesmo no Centro de Ciências da Saúde (CCS), onde está concentrada a maior parte das excepcionalidades, em especial na Medicina, os professores em regime de DE são ampla maioria nos demais cursos e serão prejudicados.
Campanha
Foi apresentado, ainda, o briefing de uma campanha que está sendo preparada para mobilizar e conscientizar a categoria com alcance nas redes sociais e também por meio de outros meios eletrônicos e de materiais impressos. O mote para a ação é “Antes de pautar, tem que dialogar”.
Docentes puderam se manifestar e fizeram sugestões, opinando sobre as estratégias que devem ser adotadas, assim como compartilhando o descontentamento com a falta de diálogo e com a pressa de aprovar algo que não tem urgência; que não tem nenhuma determinação do MEC ou do MGI; e que vai de encontro ao interesse coletivo, prejudicando a ampla maioria da categoria sem nenhuma justificativa plausível. A alegação comum, de evitar casos de judicialização, não resolverá os dramáticos problemas existentes por falta de condições de trabalho.
Pontos mais nocivos
Entre as principais críticas ao texto proposto está a possibilidade de redução do fator de cálculo das horas de planejamento didático, o que diminuirá o tempo para estudo, preparar aulas, corrigir trabalhos e elaborar materiais. Outro ponto polêmico é a atribuição de cada departamento definir o fator de planejamento, o que pode gerar distorções, desigualdades e até perseguições internas.
Além disso, a previsão de destinação de carga horária para exercício na Diretoria da Adufes foi retirada da proposta de resolução, o que se mostra uma prática antissindical gravíssima.
A categoria também alerta que a mudança encobre problemas estruturais da universidade, como a falta de contratações de docentes. Os próprios integrantes da Comissão Permanente de Docentes (CPD) admitiram durante assembleia realizada no dia 12 de agosto, que não há estudo técnico sobre os impactos das alterações e relataram dificuldades para lidar com a sobrecarga, já que o grupo conta com apenas cinco professores, sem apoio técnico.
Visibilidade Lésbica
Durante a reunião foram estendidas duas bandeiras do Movimento Lésbico junto às bandeiras do Andes e da Adufes em referência ao Mês da Visibilidade Lésbica e a vice-presidenta do sindicato, Jeffa Santana, falou sobre o significado e a representatividade de cada uma delas.
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