A professora doutora Jeffa Santana, pessoa trans, travesti negra, docente do departamento de Línguas e Letras da Ufes e membro do Grupo de Trabalho de Política de Classe para as Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS/ADUFES) sofreu violência colonial de gênero em decorrência de sua participação na Conferência Municipal LGBTI+ do município da Serra, no ES.
Racismo e colonialismo estão imbricados instituindo uma política de vidas descartáveis, vidas que não importam. A luta decolonial afirma o direito à existência daquelas vidas para as quais a política colonialista nega a condição de existir. Romper com formas de sujeição colonial faz parte do processo de emancipação e reivindicação de igualdade e liberdade. Pelas relações de interdependência, o destino de cada um de nós está nas mãos dos outros.
O direito de continuar existindo é uma obrigação social e global que temos uns com os outros e, precisamos defender a não violência e conter a destruição como afirmação da vida. Toda forma de dominação sinaliza o desfecho mortal como possibilidade. A violência está no próprio ato que, por si só representa a estrutura social e, também está, por conseguinte, no prenúncio contido na dominação social das mulheres e pessoas feminilizadas. A vulnerabilidade atravessa e condiciona as relações sociais e faz sentido identificada à luz de um conjunto concreto de relações sociais, incluindo práticas de resistência.
Vulnerabilidade e resistência podem funcionar juntas com solidariedade. A luta decolonial baseada em modos de resistência a favor da transformação social, a fim de afirmar uma política igualitária radical em uma produção que subverte a violência colonial dentro de uma performance de gênero relacionada diretamente à possibilidade de tornar-se alguém dentro das sociedades ocidentais.
Assim, o GTPCEGDS/ADUFES resiste e performa, junto e em solidariedade com a professora Jeffa Santana, uma luta decolonial pelo direito de existir diante da violência racista e patriarcal.
GTPCEGDS/ADUFES
Adufes