A Frente já contribuiu para a suspensão da PEC 32, ainda durante o mandato de Bolsonaro, e, com a retomada, está aberta para receber novas entidades interessadas na luta contra a reforma no Estado
A Adufes recebeu na noite desta terça-feira, 29 de julho, o evento de Relançamento da Frente Capixaba Contra a Reforma Administrativa. A articulação para a retomada das atividades foi realizada junto com o Sintufes e o Sinasefe Ifes e as entidades compuseram a mesa com suas/seus representantes: Ana Carolina Galvão (Adufes), Filipe Skiter (Sintufes) e Clerio Lucas Guaitolini (Sinasefe Ifes). Diversos outros sindicatos atenderam à convocação e enviaram diretoras/es para a reunião, declarando apoio à pauta e se comprometendo a somar nas ações que serão realizadas.
Se manifestaram fazendo falas pela adesão à Frente, representantes do Sindibancarios-ES, Sindipúblicos-ES, Sindprev-ES, Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), mandato da deputada estadual Camila Valadão (Psol-ES) e CSP Conlutas, além das entidades que convocaram a reunião. Durante o encontro, também foi lida a carta de relançamento da Frente que, entre outros relatos, lembrou que o movimento já contribuiu para a suspensão da PEC 32, ainda durante o mandato de Bolsonaro. Com a retomada, a Frente está aberta para receber novas entidades comprometidas com a luta contra a reforma no Estado.
A retomada do movimento acontece no momento em que ganhou força na Câmara dos Deputados uma nova versão da reforma administrativa, reacendendo o alerta sobre retrocessos no serviço público brasileiro. A proposta está sendo discutida por um grupo de trabalho (GT) criado pelo presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), e já apresenta medidas com impactos diretos tanto para servidoras e servidores quanto para a população que depende desses serviços em áreas essenciais.
O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), coordenador do GT, tem dito que estão em avaliação medidas como a redução de salários e jornadas de trabalho. As propostas lembram pontos centrais da PEC 32, temporariamente derrotada durante o governo Bolsonaro.
Entre os ataques ao serviço público estão:
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Ampliação das contratações temporárias e avanço da terceirização, o que pode comprometer a qualidade e a continuidade dos serviços, além de abrir espaço para indicações políticas e redução da atratividade da carreira pública;
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Enfraquecimento da estabilidade, considerada uma proteção fundamental contra o uso político da máquina pública;
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Criação de obstáculos para progressão nas carreiras e de facilidades para nomeações diretas em cargos intermediários;
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Implantação do teletrabalho com redução salarial, desvalorizando essa modalidade;
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Extinção da paridade entre servidores ativos e aposentados, o que enfraquecerá a previdência pública.
Diante das propostas, as entidades se articulam reforçando a importância de defender o serviço público como instrumento essencial para garantir direitos à população.
Adufes